terça-feira, 22 de março de 2011

Fotometria + Flash – parte 9 de 9 – Conclusões

No dia primeiro de novembro de 2003 tomei uma decisão, a de vender meus flashes tradicionais de estúdio e investir dali em diante somente em flashes dedicados TTL.

Essa decisão ocorreu por conta da fotografia que ilustra este artigo, que produzi com uma modesta câmera compacta Canon Powershot G2 de apenas 4 megapixels e 3 flashes da mesma marca, um deles comandando os outros dois. O que comandava estava ligado por um cabo TTL à câmera, e comandava os outros dois por infravermelho.


 
foto da taça com a tinta vermelha jorrando em sua direção foi obtida depois de alguns testes para iluminação e algumas tentativas até obter o efeito desejado, tudo feito em um quintal para não sujar o estúdio com tinta.
Naquele momento percebi que se era possível fazer uma foto complexa como um splash, de forma totalmente independente da rede elétrica pois os flashes funcionam com pilhas, longe de um ambiente ideal de um estúdio, afinal foi feito em um quintal, sem cabos pendurados por todos os lados gerando acidentes e tombos, se era possível com uma estrutura tão simples de câmera e flashes produzir essa foto, então ao meu ver era desnecessário ter um estúdio comum.
Isso foi em 2003, outros tiveram idéias semelhantes na mesma época e de forma geral éramos taxados como loucos pelos nossos colegas de profissão, imagine só, substituir as potentes e confiáveis tochas de estúdio por essas pequeninas unidades movidas a pilha.
Deu certo, anos depois virou moda, hoje já existe bibliografia a respeito, sites e blogs falando em como iluminar com flashes dedicados TTL.
É lógico que existem diferenças entre os sistemas de luz tradicional e dedicado TTL, um flash tradicional ainda é mais potente e muitas vezes mais barato que uma unidade dedicada topo de linha, no entanto a versatilidade e a portabilidade do sistema fizeram com que a cada ano mais e mais fotógrafos decidissem trabalhar dessa forma.
Um dos desafios de trabalhar com flashes dedicados é a complexidade, você é obrigado a estudar e desvendar o funcionamento do sistema de medição de sua câmera para descobrir como os flashes irão se comportar e aprender a dominar os desvios, o sistema tradicional é muito mais estável, uma vez regulada a potência nada mais muda, já o TTL é um sistema flutuante, que reage o tempo todo ao que está na frente da câmera, e por isso é muito mais desafiador, o fotógrafo tem que ter atenção 100% do tempo para prever os erros do sistema e contorná-los.
Se você é como eu e gosta de desafios, gosta de trabalhar de forma 100% concentrada e buscando o máximo da precisão de resultados para ficar o mínimo de tempo corrigindo fotos no computador, então esse é seu caminho.Lembre-se dos tópicos vistos nesta série de artigos:
- fotometria em sistema TTL é reativa, ela sempre busca um resultado mediano obrigando o fotógrafo a corrigir sempre que o sistema tenta transformar claros e escuros em cinzas;
- o flash TTL é igualmente reativo, ele muda o tempo todo conforme o que está à sua frente refletindo luz tornando necessário um uso atento da compensação de exposição do flash;
- a boa fotometria leva ao bom desempenho do flash, com economia de energia, tempo e trabalho;
- a latitude de exposição nunca pode ser ignorada e a amplitude tonal deve sempre ser mensurada;
- o flash tem por natureza uma luz dura, direcional, se você não quer isso use técnicas como a do rebatimento de flash em superfícies próximas (tetos, paredes e rebatedores), e o que é bom é que o sistema TTL continua funcionando mesmo quando apontamos o flash para qualquer outro lugar;
Se você chegou até aqui depois dos outros 8 artigos, deve estar cheio de dúvidas, idéias e pensamentos, fica a dica final: vá fotografar e treinar tudo que leu, não há aprendizado sem prática, então saia da frente desse computador e vá fotografar!
 
 

Por: Armando Vernaglia Jr

Nenhum comentário:

Postar um comentário