terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Fotometria + Flash – parte 3 de 9 – O Fotômetro de Mão

Alguns modelos de fotômetro de mão (nestes casos são flash meters, fotômetros que podem
medir tanto a luz ambiente como a luz gerada por flashes) da marca japonesa Kenko-Tokina.
Se no sistema TTL há um fotômetro dentro da câmera reagindo aos reflexos de luz emitidos pela cena enquadrada pelo fotógrafo – veja o segundo artigo desta série para maiores detalhes – , no fotômetro de mão há o inverso. É um equipamento do lado de fora da câmera e que tem a capacidade de medir não a luz que reflete da cena, mas a quantidade de luz que incide sobre eles antes da reflexão.
São dois momentos distintos, ao medir a luz que reflete de uma cena, temos a dependência desta refletir uma quantidade mediana de luz e assim a câmera traduzir isso em unidades de abertura e tempo que darão um correto registro. Como foi visto anteriormente, cenas claras ou escuras levam o sistema TTL a erros pois este interpreta maiores ou menores quantidades de reflexão de luz como maiores ou menores quantidades totais de luz e que são puxadas pelo TTL para um resultado mediano (cinza).
Por outro lado, ao medir a quantidade de luz que incide sobre a cena, ficamos livres do possível desvio devido ao objeto refletir muito ou pouco. Graças a essa independência sobre a reflexão, o fotômetro de mão gera resultados precisos e homogêneos.
Voltando ao exemplo dos noivos, ela de branco e ele de preto, se ambos estão sob a mesma luz, o fotômetro de mão irá apresentar o mesmo resultado de abertura e tempo de exposição para ambos, enquanto a câmera com TTL irá apresentar valores diferentes ao medir os dois. Nessa hora pode ser visto o quanto o TTL erra, pois se a luz é a mesma, como obter resultados tão diferentes? Isso acontece devido as características diversas de reflexão dos objetos, algo que o fotômetro de mão é imune.
Um fotógrafo de eventos portando um fotômetro de mão pode, antes dos acontecimentos, quantificar a luz, ajustar a câmera e assim ignorar dali em diante o que o fotômetro TTL da câmera está a lhe dizer, poderá se concentrar na composição sem se preocupar com a técnica da luz. Lembrando que isso será válido desde que a luz permaneça a mesma ao longo do evento, se houver mudança na luz, nova medição deverá ser feita.
A esta altura pode parecer que o fotômetro de mão é a solução dos problemas de todos os fotógrafos, mas infelizmente não é assim. O fotômetro de mão deve ser deslocado até o local onde a luz incide, por exemplo, até a noiva entrando na igreja e assim obter a luz que ali incide.
O que fazer então se o fotógrafo estiver do outro lado de um grande ambiente fotografando de longe com uma teleobjetiva? Situação que é constantemente vivida por fotógrafos de esportes e eventos. Deverá o fotógrafo ter um assistente o tempo todo realizando medições e lhe comunicando por rádio? E o que imaginar de um fotógrafo de natureza, terá ele que se aproximar de leões durante um safari para saber a correta quantidade de luz que chega aos “bichanos”?
Assim como foi fácil perceber as limitações do sistema TTL, é óbvio que o fotômetro de mão não se aplica ou não será prático em um grande número de situações fotográficas.
Por estes motivos costumo dizer que não há um sistema melhor para fotometrar, é possível ser muito preciso no sistema TTL desde que você saiba prever seus erros e então corrigí-los, assim como é possível trabalhar com fotômetro de mão se você souber utilizá-lo adequadamente. É o fotógrafo que deve saber o que faz, seja qual for o equipamento.
Nos vemos em breve na continuação desta série de artigos.

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