sábado, 4 de junho de 2011

JPG vs RAW – Parte 5/8 – Diante de ruídos elevados

Abordamos no artigo anterior Cores/tons e Dynamic Range e hoje vamos ver sobre as diferenças entre o comportamento do JPEG e RAW diante de ruídos elevados.
Ruído (NOISE)


O ruído depende de uma série de fatores, como exposição, câmera e ISO, mas também podem ter variações dentro de uma mesma imagem, locais de sombras tendem a ter mais ruído que locais iluminados. Existem dois tipos de ruídos e que normalmente “trabalham” juntos, o Chroma e Luminance. O Chroma é composto por ruídos coloridos e o Luminance pelos pretos e brancos.
No JPEG é possível observar que a imagem tem uma maior quantidade de “chroma noise” , que faz com que a imagem tenha cores onde em locais onde não deveriam, percebemos também a existência de artefatos o que acaba complicando ainda mais a recuperação.
Quando olhamos para a imagem RAW verificamos que o que mais temos é o “Luminance noise” e não encontramos nenhum tipo de artefato, facilitando assim a recuperação.


Foto tirada em ISO 1600 na D200 e sem pós-processamento. 

Recuperação

Abaixo simulamos uma edição extrema utilizando a função para remoção de ruído do Lightroom, e percebemos que o arquivo RAW consegue preencher  melhor os pixels e não apresenta artefatos, apesar aparência plastificada da imagem é devida a remoção de todo o “Luminance Noise” (que pode ser corrido no pós processamento).   
No arquivo JPEG é possível notar várias falhas na imagem quando vemos o detalhe do CROP em 100%, essas falhas são chamadas de artefatos e danifica muito a imagem final.


Quando trabalhado corretamente com o arquivo em RAW, é possível perceber um melhor controle do redutor de ruído, conseguindo manter grande parte dos contrastes e nitidez.

Arquivo RAW usado no exemplo e devidamente pós-processado para recuperação do ruído.           

As últimas versões dos softwares de imagens melhoraram muito o tratamento para remoção de ruído, o Adobe Photoshop CS5 tem a opção de remoção de artefatos JPEG quando é selecionada a opção para redução do ruído (Noise Reduction). Devido a essas melhorias, temos uma remoção de ruído satisfatória até quando trabalhamos com JPEG. Apesar de que é possível ainda ver que o RAW ainda é superior nesse detalhe.
Na sexta parte da série, vamos poder analisar e perceber as diferenças na perda de qualidade entre o JPG e o RAW.




JPG vs RAW – Parte 4/8 – Cores/tons e Dynamic Range

Abordamos no artigo anterior o processo de criação da imagem através da câmera, nos dando a liberdade para conhecer um pouco mais sobre outros assuntos.




Cores/Tons


O formato JPEG de 8 bits que podem conter até 256 tons RGB (Vermelho, Verde e Azul) totalizando 16 milhões de cores, já nas as imagens RAW com 12 bits contêm uma maior quantidade de tons, com “apenas” 4.096 tons RGB ou Vermelho, Verde e Azul totalizando o equivalente a 68 BILHÕES de cores. já é bem superior ao JPEG e ainda caso não tenham ficado satisfeitos já aviso que algumas câmeras já trabalham com 14 bits de informação, nos dando aproximadamente 4,3 TRILHÕES de cores possíveis.
Dynamic Range


Esse termo é muito escutado quando estamos falando de JPEG vs RAW, nada mais é que a faixa dinâmica de detalhes referentes luminosidade (partes escuras até partes claras), seria como se um trabalhasse de 1 a 9 (RAW) e o outro de 3 a 7 (JPEG), sendo que o número 1 seria a áreas de sombras e o 9 as áreas de brilho.
Ter uma “Dynamic Range” (Faixa Dinâmica) maior traz a possibilidade de trabalhar melhor com partes subexpostas e superexpostas no pós-processamento ou até mesmo quando você trabalha com uma imagem que tem os dois extremos.
Subexposição


Fiz um teste de extremo de Subexposição com o Arquivo RAW e JPEG criados ao mesmo tempo, sendo assim com a mesma configuração, e ambos os arquivos foram recuperados com a mesma configuração.



Arquivos JPEG e RAW Criados juntos pela opção “RAW+JPEG L”
da Nikon D200, sendo assim com a mesma configuração. 


Verificando a comparação acima, podemos notar que o arquivo RAW demonstra ter uma maior tolerância com imagens subexpostas, possibilitando o acréscimo aproximado de 2 a 4 pontos de luz (lembramos que quanto menor o ISO utilizado, maior a possibilidade de “recuperação” da imagem).
Já quando olhamos para a o teste com a imagem em JPEG, percebemos que não foi possível uma recuperação ideal da imagem, fazendo com que ela ficasse extremamente danificada a ponto de deixa-la inutilizável.
Superexposição


Assim como na Subexposição o arquivo no formato RAW também mostra uma maior tolerância ao trabalhar com arquivos superexpostos. Na imagem abaixo podemos perceber que o RAW em algumas partes aparenta ser mais escuro.



Arquivos JPEG e RAW Criados juntos pela opção “RAW+JPEG L”da Nikon D200, sendo assim com a mesma configuração. 
Ambas as imagens acima estão com o mesmo pós-processamento, o RAW está mais escuro pelo motivo que deixei ambos com a mesma configuração, mas abaixo podemos ver o arquivo RAW devidamente pós-processado.
Arquivo RAW  devidamente pós processado para recuperação da superexposição. 
Na quinta parte da série JPG vs RAW que no final se tornará um eBook GRÁTIS, vamos ver sobre as diferenças entre o comportamento do JPEG e RAW diante de ruídos elevados.

sábado, 14 de maio de 2011

JPG vs RAW – Parte 3/8 – Como são criadas as imagens

Antes de mais, não se esqueça de ler as partes anteriores deste artigo “JPG vs RAW” para um melhor entendimento do assunto. Na segunda parte do artigo falamos sobre o que são os formatos JPEG e RAW. 
Criação da imagem:


JPEG: No momento do click a câmera processa os dados da imagem com base nas configurações pré-selecionadas e cria o arquivo na memoria interna com estas configurações e em seguida transfere para o cartão de memória. Já estando no seu cartão o arquivo “final”. Essas configurações como informado anteriormente são baseadas em brilho, contraste, nitidez, Balanço de brancos e redução de ruído.
Em tese se você configurou corretamente a sua câmera esse é um arquivo final a ser utilizado sem uma pós-produção. Pois o mesmo já pode estar com um “bom” contraste, brilho, nitidez, etc.
Como já existe um tratamento e certa perda de informações essas informações perdidas não podem ser recuperadas, e a como o “Dynamic Range” do JPEG é  menor que o do RAW você acaba tendo um limite na edição.



Arquivo processado de acordo com as configurações da câmera em JPEG
Modelo: Michelle Ramos Dias


RAW: O mesmo não acontece com o RAW no momento do click, as configurações são salvas em um arquivo com os mesmos ajustes do JPEG (como informado anteriormente) mas este é utilizado apenas pela câmera, para que você possa visualiza-la através do LCD. Mas quando você transfere para o computador essas configurações de brilho, contraste, nitidez, Balanço de brancos e redução de ruído são zeradas e as vezes trocadas por outras do software que você esta usando para migrar/copiar e visualizar as fotos (no meu caso Lightroom). Por isso que quando você transfere é possível visualizar por alguns segundos a foto com as configurações da câmera e logo em seguida sua foto é atualizada pelas configurações do programa utilizado, dando a sensação de que o software danificou a imagem e sumiu com as cores, brilhos, contrastes, etc.
Perceba como a foto abaixo é sem vida, com baixo contraste, brilho, nitidez, balanço de brancos, etc. Nesse caso abaixo a foto está visualmente menos “agradável”, pois suas configurações foram zeradas, ficando sem as configurações automáticas aplicadas pelo Lightroom.


Foto em RAW com todas as configurações zeradas.
Modelo: Michelle Ramos Dias 

Na quarta parte da série, vamos saber um pouco sobre as cores/tons e também sobre o Dynamic Range (Faixa Dinâmica) e como ele comporta com esses formatos.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

JPG vs RAW – Parte 2/8 – O que são os formatos JPEG e RAW

Na primeira parte da série de artigos JPG vs RAW tivemos apenas uma breve entrada (com direito a historinha e tudo) para que vocês possam saber o que vem pela frente. Mas é agora que a brincadeira começa, vamos abordar o que são os formatos JPEG e RAW.



DEFINIÇÃO:


JPEG/JPG - Joint Photographic Experts Group 


O QUE É: O formato JPG ou JPEG recebeu esse nome pelo Joint Photographic Experts Group, o nome original do comitê que desenvolveu o padrão. A rigor, JPEG não é um formato e sim uma família de algoritmos de compactação. O formato é o JFIF, para JPEG File Interchange Format e isso é o que significa popularmente ‘um arquivo JPEG’.  
JPEG é um método de compressão com perda de dados. Os algoritmos são baseados na matemática “Discrete Cosine Transformation”, para descartar as partes menos significativas da imagem em termos de como ela é percebida pelo olho humano. Como o JPEG é uma compactação com perdas, haverá perda de dados a cada vez que o mesmo arquivo for editado e salvo. Os efeitos mais notáveis serão pequenos artefatos que devem aparecer na imagem.
RAW - Significa Cru


O QUE É: RAW, palavra em inglês que significa “cru” (Pronuncia-se “Ró” ), é o nome dado a imagem “bruta” sem qualquer tipo de compactação, processamento ou perda de qualidade, que fornece uma possibilidade maior de edição final. Hoje já temos algumas câmeras que tem o RAW com um certo tipo de compressão “sem perdas”, a maneira simples de saber se a sua câmera utiliza esse formato com compressão, é verificar se as imagens ficam com tamanhos (mega bytes) diferentes, quando o RAW não tem compactação alguma, todas as fotos ficam com o mesmo número de bytes, ao contrario das câmeras com compactação que geram fotos com tamanhos diferenciados.  
Ele também é conhecido como o negativo digital. Cada fabricante tem um tipo de RAW, como pudemos ver na listagem mostrada no inicio deste artigo, com isso podemos dizer que na verdade ele não é um formato e sim um termo usado pelas empresas para dizer que é um arquivo fiel a imagem capturada.  Este tipo de arquivo costuma ser aproximadamente de duas a cinco vezes maiores que uma imagem em JPEG.
Na terceira parte da série, vamos saber como são criadas as imagens no momento do click.

domingo, 17 de abril de 2011

JPG vs RAW – Parte 1/8 – Historinha


Imaginem a seguinte situação. Compro uma câmera digital e como sou um bom curioso começo a manusear todas suas opções e descubro que existem inúmeras opções para salvar as minhas fotos, tais como:
RAW
RAW  + JPEG Fine
JPEG Fine
JPEG Normal
JPEG Basic
Agora me vejo um pouco perdido e para tentar ver a diferença começo a tirar fotos com cada uma das opções e percebo que ao salvar em JPEG Basic dentro do meu cartão de 2GB é possível tirar 400 fotos e quando seleciono o modo RAW apenas 100 fotos, são 4x menos fotos do que fotografando em JPEG Basic, além disso, ao compara-las através do LCD da câmera, não chego a perceber diferenças visíveis nas fotos. Nesse caso decido transferir as fotos para o computador, quando abro o JPEG ela está lá, linda, bem colorida com um bom contraste. Quando vou ver o RAW eu não consigo visualizar a foto. Procuro na internet e descubro que posso abrir pelo Lightroom, mas quando carrego as fotos ela abre bonita e em seguida “perde as cores, contrastes, brilho etc.” Já comecei a achar complicado são muitos passos para se chegar até onde eu quero, e o JPEG já vem pronto para usar. Não penso duas vezes e começo a fotografar só em JPEG.
Infelizmente esta história que contei acima acontece com certa frequência, eu mesmo já escutei inúmeras vezes (até eu já fiz semelhante), principalmente quando a pessoa desconhece sobre o assunto, mas isso não ocorre apenas com iniciantes na fotografia, mas também com fotógrafos experientes que não se atualizam em assuntos tecnológicos e acabam não sabendo o verdadeiro motivo de escolher entre JPEG e RAW.
Nesta série de artigos pretendo explicar as diferenças entre JPEG e RAW, que atualmente são formatos de imagens utilizados pelas câmeras digitais. Quero tentar passar o máximo de informação de forma simplificada para que você possa escolher qual o melhor formato para o seu estilo, visto que às vezes nem percebemos a diferença e nem sabemos quando usa-los corretamente.
Alguns Formatos existentes:
JPG/JPEG
RAW
Canon (CRW, CR2)
Nikon (NEF)
Na continuação da série vou explicar sobre alguns itens


JPEG vs RAW
Definições
Como é Criada imagem
Cores e Tons
Dynamic Range (Faixa Dinâmica)
Subexposição
Superexposição
Ruído (Noise)
Perdas de Qualidade
Balanço de Branco (White Balance/WB)
Burst (Disparos sequenciais)
Compatibilidade 
Armazenamento
Não percam a segunda parte do artigo, onde vamos falar sobre “O que são os formatos JPEG e RAW”.






Por: Eduardo Guilhon